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terça-feira, 30 de abril de 2013

Curso de Cinema - Lista dos Selecionados



Segue abaixo a lista dos selecionados, gostaríamos de ressaltar e justificar os quesitos de seleção deste curso, afim de tornar o processo seletivo o mais transparente possível.

Foram 200 inscrições, no qual tivemos que encerrar o período de inscrições 2 semanas antes do determinado devido à grande quantidade, se não haveria pelo menos 400 inscritos.

O critério de seleção foi a partir da adequação da proposta do curso em relação às expectativas dos candidatos, ou seja, foram selecionados as inscrições em que o candidato escreveu suas expectativas e perspectivas, onde estas foram de encontro ao projeto pedagógico no qual o curso se propõe a cumprir.

O projeto pedagógico, portanto, prevê uma discussão mais aprofundada sobre a função social do cinema e suas consequências estéticas, políticas e filosóficas na sociedade, e a partir disso uma ação (produção) coerente com estas questões que obviamente perpassam por um viés contra a indústria cultural e consequentemente contra um pensamento e produção de mero lazer e entretenimento, como é o cinema que todos já conhecem, ou seja, o curso não tem um viés tecnicista, onde só se aprende a técnica, aliás, a técnica é o que menos interessa a essa proposta político pedagógica. Outro quesito que surgiu devido a grande demanda de inscritos foi dar a preferência para quem é da cidade de Guarulhos, pois muito da discussão e produção será a partir de reflexões sobre a cidade.

O objetivo, portanto, não é formar artistas e/ou profissionais na área e muito menos qualificar e inseri-los no mercado de trabalho, e sim formar cidadãos críticos.

Foram selecionados então perfis de candidatos que possuam algum engajamento social, que não tenham, ou tenham pouca experiência em prática audiovisual, sejam da cidade de Guarulhos, e objetivam utilizar a prática audiovisual para ações e produções que já prevejam uma reflexão com conceitos como subjetividade, identidade, cultura e seu diálogo direto com a sociedade.

É claro que mesmo assim, ficaram muitos ótimos candidatos fora da seleção final, o que nos deixa angustiados, porém felizes, pois percebemos a grande demanda que a cidade tem, e por este motivo creio que está comprovado a demanda e necessidade que o poder público deverá dar conta, e creio que todos devam cobrar isso.
E este curso como devem saber é uma iniciativa independente, quase de resistência, tanto do espaço como ateliê, biblioteca comunitária e de formação cultural. O conceito do espaço é pensar a arte e cultura sob este viés.

Esperamos ainda em breve abrir outras turmas em projetos diferenciados, como por exemplo para professores, ou com quem já tem experiência, levando em consideração os perfis de candidatos inscritos e é claro dando preferência para os mesmos.

Obrigado pelo interesse e me coloco a disposição para quaisquer esclarecimentos.
Andre Okuma
cursocinema308@gmail.com


Selecionados:


Ana Carolina Oliveira Gomes
Alexandre Pereira Novais
Anderson Jesus da Silva
Antonio Carlos Duarte Dias
Camila Coelho dos Santos
Cleber Olegario Nascimento Melo
Clovis Policarpo
Daniela Dias Esteves Lima
Eduardo Cavalheiro
Elís Mendes Lucas
Fabiana Ruiz da Silva
Fábio Hidalgo Valente Bordalo
Fernanda Bonomo de Oliveira
Jackeline Elaine Mariano
Jéssica Leandro da Silva
Joao Ferreira Filho
Juliano Lourenço Ferreira de Moraes
Leonardo Martins Nietzsche
Lilian Socio da Silva e Sá
Luciana Kayano Makiyama
Luiz Gustavo Aparecido Marcolino
Maria Costa Ramos
Natália Neumann Dias do Nascimento
Pedro Alves dos Santos
Raphael Rodrigues da Silva
Raul da Rocha Cichetto
Renato da Silva Santos


INÍCIO DAS AULAS: 04 de maio de 2013 (aos sábados das 18h às 20h)



quarta-feira, 17 de abril de 2013

As Veias Abertas da América Latina - Eduardo Galeano

Essa é uma das grandes obras clássicas da literatura latino-americana. Leitura imperdível para aqueles que gostam, querem ou precisam entender a História da América Latina.

As veias abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, foi publicado pela primeira vez em 1970 e editado em praticamente todos os países do continente, vários países da Europa e nos EUA.

Na obra o autor propõe um inventário dos 500 anos da história do continente retratando as suas principais bases: a economia agrícola e mineradora dominada pelo mercado internacional, com o objetivo de gerar lucros para a potência dominadora; a pobreza social como resultado de um sistema econômico externo e excludente, que privilegia uma minoria financeiramente capaz de integrar-se aos padrões de consumo; a opressão de governos centralizadores contra as minorias, produzindo genocídios e o caos social; a exploração do trabalho e as péssimas condições de sobrevivência para a grande maioria de sua população.

Num relato informal, para entender a história e a atual situação da América Latina, Galeano narra os fatos fora de uma seqüência cronológica, fazendo com que passado e presente conversem entre si na mesma obra, determinando o ponto de vista do autor: o continente foi e é peça importante no enriquecimento de poucas nações, e o preço que paga por isso é o seu subdesenvolvimento crônico, suas eternas crises sociais e seu status de colônia. A riqueza das potências é a pobreza da América Latina, diz Galeano em certa passagem do livro.

O livro mostra como os espanhóis e portugueses chegaram àquelas terras virgens no século XV e se aproveitaram das riquezas que o continente possuía. Os espanhóis, fixados desde o planalto mexicano até os Andes, tiveram sorte e encontraram ouro e prata nas primeiras andanças. Os portugueses, ocupando a faixa litorânea do Oceano Atlântico, tiveram de construir um império colonial à base da cana-de-açúcar enquanto não encontravam os metais. Embora em áreas diferentes, a tônica da exploração foi a mesma: trabalho forçado, agressão física, enriquecimento, opressão colonial. Os espanhóis encontraram dois exércitos de mão-de-obra disponíveis: os índios astecas no México e os incas no Peru. Estas civilizações, para o autor, retratam o caráter do domínio colonial: socialmente e militarmente evoluídas, foram destruídas nas minas e com o trabalho forçado nas mitas e encomiendas. Já os portugueses, depois de tentar a exploração dos índios nos engenhos de açúcar e não obter sucesso, transformaram-se no maior traficante de negros mundial. Vindos da África, os negros deixavam à força seus reinos para, em terras brasileiras, ser escravos e motor da produção açucareira.

Após narrar a glória desses centros produtivos de riqueza colonial que, como faz questão de ressaltar, não ficava na Espanha e nem em Portugal: destinava-se a pagar as dívidas que estes países tinham com a potência que lhes roubaria o domínio econômico da América: a Inglaterra, Galeano traz a exploração para o presente e fala da decadência dessas regiões. Citando a teoria marxista da divisão do trabalho entre operário e patrão, Galeano afirma que enquanto a Europa era o cavaleiro que levava as glórias, a América era o cavalo que fazia todo o serviço.

Apesar de longo, encontramos na obra de uma linguagem simples, não-acadêmica, que atrai o leitor. O autor procura compreender o processo de formação da região, discutindo os vários interesses existentes, desde as contradições internas, até a postura do imperialismo britânico e norte americano, dedicando inclusive alguns capítulos ao Brasil.

Fonte: Gilson Sampaio

Os Vagabundos Iluminados - Jack Kerouac



Parece uma contradição afirmar que pessoas em meio a bebedeiras, orgias, festas e saraus etílicos estão buscando a iluminação e elevação de seus espíritos. Mas os chamados vagabundos do Dharma não viam nenhum problema em guiar suas maltrapilhas existências em função disso.

Os Vagabundos Iluminados narra o encontro do jovem escritor Ray Smith com o fascinante Japhy Rider, um zen-budista estudioso das filosofias espirituais do oriente e praticante de montanhismo. No decorrer da história, a vida simples de Japhy, com pouco dinheiro e muita curtição e contemplação, apresenta a Ray uma nova perspectiva sobre as coisas e sobre a vida. Suas viagens, passeios e conversas retratam a coerência e a sabedoria louca de seus ideais.

O termo beat vem da palavra beatitude, que significa o pleno bem-estar espiritual, e por isso mesmo muitos consideram esse romance como sendo o que melhor retrata a geração beatinik. Os personagens, como não poderia ser diferente, são todos vagabundos que quebram com os padrões estabelecidos mas, desta vez, eles têm um propósito muito claro: a iluminação. A escrita rítmica de Kerouac está no seu auge, com diálogos insanos e narrativas que fluem no compasso quase que da oralidade. Vale a pena conferir o ícone de uma geração no melhor de sua essência.




Fonte: Ler Devia Ser Proibido